
Os auto-retratos, atualmente chamados de selfies, existem há muitos anos, desde a época dos tempos áureos do Fotolog (site de fotos que pode ser considerado o ‘avô’ do Instagram).
Na última década a prática tem ganhado cada vez mais adeptos, e até deu origem a um novo nicho de dispositivos, chamados ‘selfiephones’.
Por mais inofensivo que pareça, o hábito exagerado de tirar selfies, que até já resultou em mortes, agora passa a ser classificado como uma verdadeira doença mental, chamada ‘Selfite’.
A classificação foi dada pelo International Journal of Mental Health and Addiction, mediante ao resultado de um estudo que verificou o comportamento de várias pessoas obsessivas por selfies em categorias diferentes, dependendo do grau de sua ‘condição’:
Destaque social
– Tirar selfies me proporciona uma boa sensação para aproveitar melhor o ambiente
– Posso me expressar mais no ambiente que me encontro através das selfies
– Tirar selfies proporciona melhores memórias sobre a ocasião e experiência
– Tirar selfies serve como uma espécie de ‘troféu’ para memórias futuras
Competição social
– Compartilhar minhas selfies cria uma competição saudável com meus amigos e colegas
– Tirar selfies em diferentes poses ajuda a aumentar meu status social
– Posto frequentemente sequências de selfies para ganhar mais curtidas e comentários em redes sociais
– Uso ferramentas de edição para melhorar minhas selfies para que fique mais bonita do que as outras
Busca por atenção
– Ganho muita atenção compartilhando minhas selfies em redes sociais
– Me sinto mais popular quando posto minhas selfies em redes sociais
– Postando selfies, espero que meus amigos me elogiem
Modificação de humor
– Consigo reduzir meus níveis de stress tirando selfies
– Tirar mais selfies melhora meu humor e me faz sentir feliz
– Tirar selfies modifica instantaneamente meu humor
Auto-confiança
– Me sinto confiante quando tiro uma selfie
– Me torno mais positivo sobre mim ao tirar selfies
– Tiro mais selfies e vejo-as de forma privada melhorar minha confiança
Conformidade subjetiva
– Tenho mais aceitação em meu grupo quando tiro selfies e compartilho em redes sociais
– Me torno um membro mais forte do meu grupo através da poostagem de selfies
– Quando não tiro selfies, me sinto deslocado do meu grupo
A pesquisa, de autoria de Janarthanan Balakrishnan da Thiagarajar School of Management, na Índia, e Mark D. Griffiths, da Nottingham Trent University no Reino Unido.
No processo, 255 estudantes indianos foram examinados e suas ‘Selfites’ classificadas em três diferente grupos: borderline, aguda e crônica.
Por mais engraçado que pareça, o estudo é sério e apresentou resultados alarmantes; 9% dos participantes tiravam pelo menos 8 selfies por dia, e 25% compartilhavam pelo menos 3 ou mais em redes sociais.
Segundo Balakrishnan, geralmente quem sofre de selfite encontra-se em uma situação de baixa auto-confiança, e buscando ‘encaixar-se’ em grupos, podendo até talvez exibir sintomas similares a outros comportamentos potencialmente obsessivos.
Ainda de acordo com o pesquisador, agora que a condição foi confirmada, estudos futuros ajudarão a entender mais sobre como e porque as pessoas desenvolvem esse comportamento, e o que pode ser feito para ajudar-las.
Fonte: Tudocelular
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